segunda-feira, 4 de abril de 2011

Eu sou inimigo de Deus

Há muita confusão a respeito do caráter de Deus. Claro, nós temos a tendência de nos preservar e esta autopreservação é nociva, como já advertira o Senhor Jesus: “Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á...”, portanto acredito piamente que a gente precisa entender como nós somos vistos por Deus para entendermos quem Ele realmente é. Digo isto porque é melhor nos vermos como pessoas amadas por Deus porque somos seus amigos. Mas isto não é verdade!

Somos seus amigos por quê? Porque somos gente boa? Porque fazemos somente o bem? Porque pagamos nossos impostos?

Ao contrário do que se pode imaginar, não estou querendo dizer que somos odiados gratuitamente por Deus. Pecadores é o que somos. A antropologia bíblica é uma das verdades que não conseguimos engolir, porque nos é ofensiva, deprime melindrosos e ataca frontalmente qualquer presunção. Só para não ficar muito tempo descrevendo nossa condição é só olhar atentamente para o que o maior teólogo de todos os tempos escreveu a nosso respeito: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Ef. 2.8-10).

Este texto deveria nos envergonhar. Isto porque nos informa que não teríamos a mínima chance de salvação se não fosse pela Graça de Deus, o favor que não merecemos. Mas por que não merecemos salvação? Você já parou pra pensar nisto? A salvação é um presente. Presente de Deus para seus inimigos! Inimigos não merecem salvação, gente!

Não sei quem foi que os enganou. A Bíblia não foi! Já nesta passagem vemos o conceito de que o que há de bom em nós vem de Deus. Não somos bons ou fazemos coisas boas porque milhões de anos de evolução nos condicionaram a isto. Não somos bons porque nascemos numa família estruturada. Não, não somos bons, somos maus. Somos maus porque o nosso coração é inerentemente mau (Mt 15.19; Jr 17.9).

É presente do Criador poder praticar solidariedade, amar, ter bom senso, senso de justiça, moralidade e tantos outros bons atributos e virtudes. O problema é que o pecado – palavra maldita – estragou Sua imagem e semelhança em nós. Desobediência é o nosso nome.

Costumo dizer que Deus nunca imaginou criar um estuprador ali ou um assassino aqui ou um pedófilo lá. Ele, o Eterno Deus, desejou que suas criaturas andassem sobre a esteira da bondade, por isso nos comunicou tais atributos (Gn 1.26). Mas nos comparar a seres abjetos assim, já é demais! Não é? Não. Não é. Qualquer um de nós tem potencial para fazer as maiores atrocidades do mundo. Basta que surja uma oportunidade. Por exemplo, alguma vez na vida desejou matar alguém? Você ficou com tanta raiva que... Por que não o fazemos? Por medo de punição ou por falta de oportunidade. Vontade de matar é algo reprovável. Não?

Falando em matar, muito intelectualóide ateu acredita (incrível) que o Deus da Bíblia é um demônio porque mandou matar criancinhas, apedrejar homossexual, adúlteros e filhos desobedientes, além de inimigos dos hebreus. Por que Ele mandou fazer isto? Porque é Deus, ora bolas! Ele não está em julgamento. Ele faz os julgamentos! Até mesmo os hebreus "dançaram" depois de um de seus julgamentos!

Evidentemente a mentalidade pós-moderna não pode aceitar isto como resposta. Somos uma sociedade em que absoluto é não ter absolutos. Mas inimigos a gente mata, não é mesmo? Inimigo a gente cala! Inimigo a gente defenestra, corta a cabeça e manda para o inferno!

Aliás, quem você acha que vai para o inferno? Claro, os inimigos de Deus. O Anticristo, a besta e o falso profeta, o Diabo e seus anjos, o próprio inferno e a morte (o último inimigo: 1 Cor. 15.29), também muitos de nós.

Ah, não acredita no inferno?! Se você acredita nele, como eu, está entendendo porque não somente somos inimigos de Deus, assim como Ele é nosso inimigo. Se você compreende a doutrina da expiação, então sabe que todo pecador é inimigo de Deus. Portanto somos inimigos dEle. Estamos em perigo, como disseram tantos pregadores! Deus é o pior inimigo que alguém pode ter (Lc. 12.5).

Mas antes que alguém me entenda mal, não quero pintar um quadro de um Deus maldito que é amado por todos os autores bíblicos. Eles sabiam disso tudo e muito mais, mas não se revoltaram contra Deus, pelo contrário, O amavam mais, O admiravam mais, O idolatravam mais. Por quê?

Eles viram o quanto Deus os amava. Eles tinham completa consciência de que suas vidas eram inclinadas para o mal, mas o Senhor lhes oportunizou a salvação. Eles sabiam que a ira de Deus estava sobre eles, mas também descobriram que Deus estava pronto a aplacar a Sua ira. Deus tinha seu "Isaque".

Quando Jesus pregou o sermão da montanha, fazia uma autobiografia. Tudo que ele disse do alto daquele monte era a respeito de Si. Nunca ordenaria que fizéssemos algo que Ele mesmo não tenha feito ou que não estivesse disposto a fazer.

Quando disse “amai vossos inimigos”, estava nos informando o quanto Ele nos ama. É fácil amar um amigo. Ele fez o mais difícil. Morrer no lugar de seus inimigos com a finalidade de torná-los amigos de Deus é a mais nobre de todas as atitudes!

Portanto, eu O amo ainda mais. Porque Deus me trata como um amigo, mesmo que seja Seu inimigo. Jesus disse: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando” (João 15.14). Existe uma condição para sermos seus amigos. Se O obedecermos, seremos seus amigos!

Portanto, eu O amo mais ainda. O inferno não é uma opção para mim se eu O obedeço. Entende? A rebeldia humana, vista na teimosa e infeliz tentativa de desacreditar a Bíblia ou deformá-la para adequá-la aos interesses hedonistas e egocêntricos deste mundo tenebroso, não tem outra direção a não ser o inferno que é o lugar dos inimigos de Deus.

Quem fala do amor de Deus, sem falar de nossa condição espiritual (mortos em delitos e pecados), não está ciente da dimensão deste amor.

Falar do amor de Deus é falar desta Graça que me dá de comer e de beber (Rm 12.20; Pv. 25.21). Graça revelada em textos como estes:“Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.” (1 João 4.10); “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Rm 5.8).

Não que tenhamos amado a Deus. Não há, da parte de Deus, retribuição por amor de ninguém porque nós não O amávamos. Não porque sejamos bons, porque “sendo nós ainda pecadores, Cristo morreu por nós”, isto quer dizer que não havia condições de Jesus esperar que nos tornássemos amigos dEle para que, daí, morresse por nós. Nós éramos inimigos!

Quem diz amar a Deus e não sabe ou não quer saber desta verdade, porque tal pensamento influi em nossa autoestima, não sabe o que é amar a Deus. Precisamos amá-lO com todo amor que tivermos e provarmos isto deste modo: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.” (Mc 12.30).

Agora cabe a seguinte pergunta: “Você ama a Deus daquele modo?” Você pode dizer que ama a Deus à maneira do “primeiro mandamento”? De todo coração, de toda alma, de todo entendimento e com todas as suas forças? Eu admito que não! Infelizmente não consigo amar a Deus desse modo.

Confesso a Deus que encontro sérias dificuldades de amá-lo assim. Não sei se conseguirei amá-lo assim um dia. Não acredito ser possível um ser humano chegar a este patamar, assim como estou convencido da impossibilidade de ser santo como Deus o é.

Me vejo como um inimigo amado por Deus, porque não consiga amá-lO mesmo que Ele me ame tanto. Fico completamente constrangido diante desta verdade. Me entristeço por não poder retribuir este tão grande amor. Acredito que serei salvo como um tição que é retirado do fogo (Zc. 3.2).

Minha segurança na salvação da ira de Deus e do inferno está no fato de que Jesus cumpriu este mandamento por mim. Meu esforço, no entanto, será o de agradá-lo o máximo que puder, obedecê-lo enquanto viver, me arrepender profunda e sinceramente de meus desvios e desvarios sempre rogando a Deus que me considere Seu amigo agora e na hora da minha morte. Amém!

sábado, 2 de abril de 2011

O DIABO NÃO RI

A primeira postagem é para explicar o porquê do título de meu blog. Quem imagina o Diabo como um indivíduo sorridente ou de sorriso sarcástico - imagem medieval - está enganado como estão enganados aqueles que acreditam que Jesus tem a cara de James Caviezel. O Diabo não ri. Isto porque ele sabe que já está condenado.

Há quem sinta pena dele. Os hereges do movimento G12 chegaram a pedir perdão a Deus pelo Diabo! É muita ignorância... Parece que eles são melhores do que Deus: "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;" (Judas 1.6).

O Diabo não ri porque eu não teria motivo nenhum para rir se estivesse em seu lugar. Aliás, pesa muito o meu coração quando imagino que meu fim pode ser o mesmo se não for obediente a Jesus Cristo (Fl 2.12).

O Diabo, portanto, não ri. Ele é uma pessoa deprimida, enraivecida, desesperada (Ap. 12.12). Inclusive não acredito que ele se ri quando vê um servo de Deus cair. Sua satisfação se expressa de outra maneira, se é que este é um motivo de satisfação ou se é que ele sente satisfação com alguma coisa.

Portanto, mais do que querer chamar a atenção pelo curioso título de meu blog, eu quero que o Diabo fique mais deprimido e triste, continuando a chorar juntamente com aqueles que, a seu serviço, usam da Palavra de Deus para enriquecerem, empobrecendo a muitos.