A
história testemunha os horrores das guerras, nós as abominamos porque sabemos o
que inimigos podem ser capazes de fazer uns aos outros. Depois da última grande
guerra, nossos filhos ainda testemunham guerras civis no Oriente e nos morros
cariocas. Por tudo isso aprendemos a odiar guerras e a desejar paz. Daí nos
considerarmos “do bem”: não semeamos guerras e acreditamos que, por isso, não
colheremos inimigos. Nada mais infantil. É perturbador admitir a ideia de que
se é e/ou de que se tem inimigo.
Inimigos
surgem sem qualquer provocação (Sl 38.19; Jo 15.25). No entanto, algumas pessoas
têm todo direito de nos odiar e de nos considerar inimigos, desde que façamos
algo que realmente as tenham prejudicado. Por isso, não existe algo mais
hipócrita do que viver na soberba de achar que só sabemos fazer amigos e que,
portanto, não temos inimigos. Podemos não ter conhecimento de que temos
inimigos, mas é perfeitamente possível que os tenhamos.
Jesus
tendo dito “Quem não é comigo é contra
mim!” (Mt 12.30), afirma que havia quem não gostava dEle. Seus santos
lábios também se abriram para dizer: “Amai
a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam;” (Lc 6.27), admitindo que
inimigos existem e existirão. Ele tinha e ainda tem inimigos. Você seria um deles?
Pense
que sua religião é uma ameaça ao estilo de vida de alguém. Pense que o
Evangelho afronta e confronta as escolhas e decisões dos seus parentes e
colegas de trabalho. Pense que a Palavra de Deus é uma “espada afiada” (Hb 4.12) penetrando profundamente a carne de seu
vizinho beberrão. Pense que Jesus Cristo é o Senhor e não Alá, Buda, Krishna e
que, sendo assim, não negocia o fato de que o homem também não é senhor de si
mesmo. Quantos inimigos estarão se reunindo agora contra você? Falamos do
mundo, mas e se estão dentro da Igreja?
Paulo
teve conhecimento de que a igreja de Corinto estava dividida: “Porque antes de tudo ouço que, quando vos
ajuntais na igreja, há entre vós dissensões; e em parte o creio. E até importa
que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre
vós.” (I Cor 11.18-19). Um grupo defendia doutrinas estranhas ao Evangelho,
mas não lemos Paulo dizendo que seria necessário estabelecer um consenso, mas
que as dissensões continuassem até que “os
que são sinceros se manifestem entre vós”. Por quê? Porque Deus sempre
escolhe o lado certo!
Atenção!
Você pode ser a pessoa mais amada do país e nunca ter conhecido um inimigo
neste planeta moribundo, e se orgulhar disso, mas se não está do lado certo só
terá um inimigo, o Eterno Deus. Certamente o pior que alguém poderia ter: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e
ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?
(Isaías 43.13).