domingo, 29 de março de 2015

BABILÔNIA III



                Os índices de audiência são vitais para os meios de comunicação, pois uma boa quantidade de pessoas assistindo atrai anunciantes que vão financiar os programas de TV, por exemplo. Um comercial de trinta segundos no horário chamado nobre – quando grande número de pessoas está em casa assistindo TV – custa quatrocentos e setenta mil reais. Pois bem.
                Uma campanha na internet sugere boicote à novela Babilônia da Rede Globo. Parece que a sugestão foi aceita porque a notícia que se tem é que o índice de audiência da novela caiu: “Coincidentemente ou não, ‘Babilônia’ teve uma semana de baixa audiência, números que podem deixar a Rede Globo em alerta. O segundo capítulo que foi ao ar na terça (17) registrou 29.8 pontos se tornando a segunda pior audiência de uma novela das nove em relação ao segundo capítulo. A novela “Império”, antecessora de ‘Babilônia’ teve 35 pontos de média no seu segundo capítulo. Na quarta (18) o ibope foi ainda menor, com 26.4 de média um número inferior aos apresentados pela novela ‘Em Família’ citada como ‘a pior novela da história das 21h’ pelos sites que cobrem TV.” (Gospel Prime).
                A novela “Salve Jorge” também sofreu com boicote por causa do louvor a um ícone cristão católico que no sincretismo com as religiões afro-brasileiras é Ogum. Os evangélicos desligaram o aparelho de TV ou mudaram de canal. Essa notícia me leva a duas reflexões.
                Primeiro, o fato de que somos consumidores de histórias. Como todo ser humano, somos movidos a emoções e nos divertimos com vingança, mentiras e vídeo-tape. Se não for coincidência como pondera o site Gospel Prime, realmente somos grandes consumidores refletindo os mesmos gostos de todo povo brasileiro. Nos indignamos com beijo homossexual, mas não mais com adultério, estupros, corrupção, assassinatos, prostituição que são temas recorrentes nas novelas. Tais assuntos também fazem parte do universo bíblico, mas as perspectivas são completamente diferentes, diga-se de passagem.
                Em segundo lugar, aqui vai uma boa lufada de ar fresco, de modo geral o povo brasileiro é conservador. Isso pode parecer ruim para quem acredita que ser liberal é ser progressista, é estar na vanguarda, é ser legal e moderno. Mas esta não é uma característica peculiar dos evangélicos. O Brasil ainda diz não ao homossexualismo, talvez o motivo primeiro para o boicote promovido por evangélicos. É uma vergonha a gente achar que um beijo gay – que sugere mais coisas – não é nada demais. A maioria é contra!
                Os baixos índices de audiência são a resposta clara ao desvario de uma classe que deseja impor ao povo brasileiro a aceitação de uma prática que esta minoria acredita ser natural. Você deseja se posicionar? Basta tão somente usar as teclas de seu controle remoto.

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